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quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Procter & Gamble faz ação que gera pânico no Rio de Janeiro

por Luiz Felipe Barros
 


Ontem fiz um post que mencionava o triste momento da cidade do Rio de Janeiro, vítima de ataquescriminosos dignos de uma guerra civil.
Hoje, a primeira notícia que li sobre a cidade era ainda mais preocupante: duas caixas de madeira foram abandonadas nas praças General Osório e Nossa Senhora da Paz, ambas em Ipanema, bairro nobre da Zona Sul carioca. O alerta soou. O esquadrão anti-bombas da polícia foi acionado e a sensação de insegurança em toda a cidade cresceu ainda mais. Mais de 50 policiais foram mobilizados e várias ruas da cidade isoladas. A mídia cobriu intensamente o ocorrido e os cariocas, apreensivos, acompanharam temerosos após os diversos carros queimados por criminosos durante a madrugada e os diversos arrastões que vem assolando a cidade.
Após todo o pânico instaurado, a polícia abriu as caixas e, SURPRESA, era uma ação da Procter & Gamble para a Promoção Provou Gostou Avião do Faustão. A promoção, com ampla divulgação no maior canal de TV do país e que utiliza como âncora o apresentador Faustão, busca divulgar a marca institucional e a relação dela com os produtos da companhia.
Todo esse ocorrido me leva a refletir sobre alguns pontos:
1º – A Procter & Gamble e a empresa que foi responsável pela ação não estavam atentas para o atual cenário da cidade do Rio de Janeiro e não tiveram a sensibilidade de perceber o problema que ela poderia gerar (o que, diga-se de passagem, não era difícil) e suspender a ação.
2º – Mesmo que se justifique que o problema no Rio de Janeiro se intensificou nos últimos dias, vale lembrar que desde o atentado terrorista nos EUA em 2001 pacotes suspeitos já causaram pânico em diversos aeroportos, estações de metrôs e espaços público.
3º – Como bem lembrou a jornalista Claudia Penteado em sua coluna Consumo e Propaganda no iG, uma ação similar do Cartoon Network para divulgar a série de animação Aqua Teen Hunger Force também instaurou  Pânico na cidade de Boston em 2007. Existia um benchmark, que não foi considerado.
Além do péssimo timing e falta de adequação, a ação que espalharia caixas por diversas cidades do país gerou um enorme boca-a-boca negativo e põe em risco o trabalho de construção da imagem institucional da Procter & Gamble e todo o investimento feito em mídia – já que agora a imprensa está cobrindo a ação como um grande fracasso e a relacionando diretamente com a empresa.
O público já está se manifestando em Mídias Sociais como o Twitter criticando fortemente a ação e respingando inclusive na Rede Globo e no apresentador Faustão.
Espero que, pelo menos, esse erro absurdo traga aprendizados para os profissionais da área de Marketing Promocional.

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