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terça-feira, 12 de julho de 2011

“Eu odeio errar”

Apesar dessa declarada aversão, Alexandre Costa, fundador da Cacau Show, conta que seu negócio começou com um grande erro, que se transformou no seu maior acerto 
 
 
 
 
 
 



Sérgio Zacchi

Com 17 anos, ao começar o próprio negócio, Alexandre Costa, hoje com 41, visitou todas as clientes de sua mãe, que trabalhava com vendas porta a porta, para oferecer ovos de Páscoa por meio de um catálogo.

Conseguiu a encomenda de 2 mil unidades de 50 gramas. Por azar (ou sorte), o catálogo era antigo e o produto havia saído de linha. Para consertar seu erro, Costa passou dois dias e duas noites produzindo as encomendas numa cozinha “emprestada”. Assim teve início a Cacau Show, maior rede de lojas de chocolate do Brasil, com faturamento de R$ 1 bilhão

>>> Eu odeio errar. Acho que ninguém gosta. Não fico bem quando eu erro ou quando a equipe erra. Mas é importante ter humildade e reconhecer o erro rapidamente, para que a solução também seja rápida.

>>> A equação final de eu ter começado aos 17 anos foi positiva. Do lado bom, a energia para trabalhar é incomum, mas, por outro lado, falta experiência.

>>> Nunca pensei em ser rico. Sempre quis ser independente e mostrar para os meus pais que o garotinho mais novo, o caçula da casa, podia ser bem-sucedido.

>>> Não sou deslumbrado. Comprei meu primeiro carro novo há dois anos e meio, quando a empresa já era muito estruturada, com mais de 20 anos de existência.

>>> Acompanhar a minha mãe nas suas vendas porta a porta me ajudou muito. Durante a venda, ela era praticamente uma psicóloga, e as clientes compravam os produtos como se fosse um pagamento pela terapia.

>>> Se eu tivesse de optar entre ser administrador ou chocolateiro, certamente eu ficaria com o lado chocolateiro. Mas a empresa não teria crescido 50% ao ano nos últimos sete anos se eu não fosse um trator, não fosse focado e não cobrasse resultados.

>>> Como muito chocolate. Como uns 100 gramas por dia [mordendo um chocolate]. São de sete a oito bombons por dia. Depois do almoço, tem a hora da larica e tenho de comer chocolate. Sou praticamente um adicto.

>>> Não ter concluído o estudo formal é algo de que me arrependo. Mas o tempo é o bem mais democrático que existe e tive de fazer escolhas. Deixei a faculdade no terceiro ano para fazer ovo de Páscoa à noite.

>>> Uma coisa que não vivi foi ficar no barzinho tomando cerveja e jogando conversa fora. E não sei o que eu perdi por não fazer isso.

>>> Tenho costume de trabalhar aos sábados. Fazendo as contas, se você pegar quatro horas por sábado e quatro sábados por mês, são 200 horas por ano, e em 23 anos de carreira, somam 5,6 mil horas. Se dividir por oito horas por dia, são 2,5 anos de trabalho. Isso faz diferença. Se formos um pouquinho melhor que nosso concorrente e trabalhar um pouquinho a mais do que ele, isso vai dar um impacto.

>>> Dormir é perder tempo. Eu queria dormir três horas por dia e ficar satisfeito com isso. Mas infelizmente eu preciso dormir oito horas para ficar bem. Meu sonho era ter uma pílula saudável que eu pudesse tomar para substituir o sono.

>>> O mais importante na hora de contratar alguém é o brilho nos olhos. Mas também é difícil saber o quão verdadeiro é isso. Mas acho que sou um bom contratador.

>>> Para ser bem-sucedido, você tem de fazer aquilo de que não gosta. Todo trabalho tem uma parte chata. Eu não gosto de ficar validando números, embora eu tenha muita facilidade. Eu olho para uma tela e parece que o erro me chama.

Por Silvia Balieiro- Época Negócios

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