Pesquisar neste blog

sábado, 9 de julho de 2011

Microsoft compra Skype por US$ 8,5 bilhões

Gigante dos softwares paga o dobro do que o rival Google teria oferecido. A ferramenta de voz e vídeo pela internet deve ser integrada ao Windows Phone, ao Messenger e ao Kinect
Rafael Pereira
 
Nem Google, nem Facebook. Quem finalmente comprou o Skype, serviço de comunicação em voz e vídeo pela internet, foi a Microsoft. A gigante dos softwares pagou impressionantes US$ 8,5 bilhões, mais que o dobro do que era aventado pelo mercado quando os primeiros rumores sobre a venda surgiram. Foi a maior compra já realizada pela empresa. A Skype, com 170 milhões de usuários regulares pelo mundo e mais de 600 milhões de cadastros, agora vai se chamar Microsoft Skype Division.

Apesar dos milhões de usuários, o Skype está no vermelho, com dívida estimada de US$ 686 milhões, e não dá lucro, segundo analistas. O que, então, justificaria um investimento tão alto? Teria a gigante Microsoft feito outra de suas aquisições desastradas?

A resposta mais rápida e fácil é a zombaria. Mal foi anunciada a aquisição, muitos desses milhões de usuários do Skype mostraram sua preocupação nas redes sociais e no Twitter. Algumas das piadas mais repetidas dizem respeito às falhas recorrentes em produtos da empresa de Bill Gates e Steve Ballmer. “Microsoft Skype: A ‘tela azul’ da voz”, disse o usuário do Twitter @xriva, em referência à tela azul que surge quando o sistema operacional Windows falha. “Para ligar, disque control, alt, del” é outra piada bem comum.

Para a Microsoft, há uma razão principal e algumas secundárias. A principal é simples: Manter uma das mais inovadoras empresas de comunicação em tempo real afastada do maior rival, o Google. A Microsoft tem dinheiro de sobra para gastar com isso. Em comparação com o Google, segundo valores divulgados na semana passada na lista das 500 maiores empresas do mundo, publicada pela revista americana Fortune, a Microsoft tem mais que o dobro de receita (US$ 62 bi contra US$ 29 bi) e de lucro (US$ 18 bi contra US$ 8 bi). Por que, então, não pode pagar o dobro por uma empresa que é valiosa para ambas? Pensando apenas nisso, já teria valido a pena, mesmo que a Microsoft mate o Skype de inanição, sem investimentos.

Os outros motivos, mais nobres, estão subentendidos no comunicado à imprensa. A Microsoft pretende integrar o Skype a seus demais produtos, para melhorá-los. Nos últimos seis meses, a empresa vendeu 10 milhões de unidades do sensor de movimento Kinect, do console de games Xbox 360. Na prática, é uma câmera que a Microsoft tem em 10 milhões de TVs pelo mundo. Já existe um serviço de vídeo integrado, mas poderia funcionar muito melhor com a tecnologia e o lastro de usuários do Skype. Outra janela que se abre é a integração do Skype com o Windows Phone 7, novo sistema operacional da empresa que substitui o Windows Mobile. O mercado dos celulares parecia uma guerra perdida para o Android, do Google, atual líder com fatia de 35%.

Para os usuários do Skype, uma frase do comunicado tenta acalmar ânimos: “A Microsoft vai continuar investindo e dando suporte aos clientes do Skype em outras plataformas”. Ou seja, a intenção é manter a ferramenta funcionando em outros computadores e celulares. O que faz sentido, já que o Skype foi anunciado como uma divisão da Microsoft, e não apenas mais uma das ferramentas de seu pacote de comunicação, ao lado de Messenger, Lync e Hotmail.

Nenhum comentário:

Postar um comentário