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quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

A concorrência não pode prejudicar as agências de publicidade, avalia Abap


Por Luiz Gustavo Pacete/Redação CdM

Durante o encontro nacional da Associação Brasileira de Publicidade (Abap), realizado na última segunda-feira (06/12), em São Paulo (SP), a entidade fez um balanço de 2010 e a definiu diretrizes para o próximo ano. Dirigida por Luiz Lara, CEO da Lew'Lara/TBWA, a Abap divulgou algumas novidades para 2011. A primeira delas é o cuidado para melhorar a qualidade das concorrências privadas. 

O objetivo da associação é que as concorrências sejam realizadas de forma que não prejudique as agências quando os anunciantes exigirem peças prontas. "A partir de 01 de janeiro toda agência antes de entrar em uma concorrência vai comunicar sua diretoria regional e receber um guia de boas práticas", conta Luiz Lara. 

Lara ressalta que o objetivo deste processo é diminuir o dano causado às agências e os desgastes com fornecedores no caso de fornecimento de peças prontas. "Devemos evitar sacrifícios de parceiros em peças acabadas, os anunciantes precisam valorizar as ideias". O projeto começa em janeiro de forma experimental em São Paulo e Rio de Janeiro. Posteriormente se estenderá para outras regiões do país. "Não queremos impedir o livre mercado. O anunciante é livre para convidar quem ele quiser para a concorrência, mas não se deve exigir peças acabadas de cinco concorrentes". Além disso, o presidente da Abap destaca que a parceria com outras entidades também possibilitará concorrências mais saudáveis. "Estamos conversando com a Associação Brasileira de Anunciantes (ABA) também".  

Comunicação sustentável

A Abap também pretende, a partir do começo de 2011, lançar os "Indicadores de Sustentabilidade da Comunicação", em função da urgência do assunto em equilíbrio com o bom momento econômico que vive o país. "Essa questão nos preocupa, pois bem na hora em que marcas regionais estão crescendo, empresas brasileiras estão ganhando espaço no exterior a gente vai proibir propaganda?". Lara lembra que o que vem ocorrendo com a publicidade no país é uma "demonização". "Todos culpam o desejo e o consumo pelos problemas da sociedade. Nós defendemos que a propaganda tem que ser regulada, como ela já é muito bem regulada. Existem as normas, existe o Conar. Agora a Anvisa quer legislar onde ela não tem competência, assim fica difícil". Para isso a criação dos indicadores sócio-ambientais. 

Para Marcelo Diniz, consultor da Abap, o trabalho em parceria com a Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) possibilitará além de uma análise qualitativa dos índices, uma linha aberta com a sociedade. "Analisamos dez anos a mídia e o que foi dito a favor e contra a propaganda; depois analisamos as regulações. O próximo passo agora é criar 40 indicadores para que possam servir de norte para a indústria da comunicação". Os indicadores serão divididos em três partes: Externa, envolvendo agência, cliente e consumidor. Interna com negócio e instalações e Comunidade. "Já estamos em fase final e a partir de agências em Fortaleza, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e São Paulo vamos realizar os testes de aplicabilidade dos indicadores", diz Diniz. 

Depois dos testes os indicadores serão disponibilizados na internet para que eles sejam aprovados pela sociedade e posteriormente será lançado um prêmio baseado nos indicadores. Segundo a associação, outro passo é promover um debate aberto que dialogue com instituições como Akatu, Conar, WWF, Etos e outros. A ideia é que o projeto esteja totalmente finalizado em abril de 2011.

Nordeste, a bola da vez

Outra novidade anunciada pela Abap é a concentração de esforços para promover a região nordeste, já que é uma das mais promissoras do país. Nos dias 31 de março e 1, 2 e 3 de abril será realizado em Salvador, no Gran Paladium Resort, o Congresso de Propaganda: "Nordeste, a bola da vez". "O objetivo é expor diante do quadro econômico, mostrar ao mercado nacional o que representa o nordeste", aponta Lara. O evento contará com a presença de Maílson da Nóbrega que vai expor aos empresários do nordeste o potencial de crescimento da região. Além de palestras voltadas para os empresários da região. "Os números mostram que o nordeste está bem acima do mercado regional. O objetivo é fomentar mais eficiência na valorização da linguagem regional".

Luiz Lara no CdM

Prestes a encerrar sua gestão à frente da Abap, Luiz Lara, concedeu entrevista ao CdM de dezembro. Nela, Lara faz um panorama do mercado publicitário no Brasil e afirma que o setor deve ganhar mais força nos próximos anos, acompanhando o crescimento da classe média brasileira, que chega ansiosa para consumir. "Eu prevejo para 2011 um aumento de 10% a 15% nos investimentos publicitários", diz. 

Além disso, Lara fala também sobre as principais conquistas da associação em sua gestão, sobre o modelo brasileiro de agências de publicidade e adianta as principais pautas que devem ser trabalhadas pela propaganda em 2011. "Olimpíadas e Copa do Mundo já vão começar a dominar o cenário. Prevejo um investimento de R$ 15 bilhões que vão ser trazidos para o Brasil em propaganda e promoção por causa desses dois eventos esportivos. Exatamente por 2010 ter sido hiperaquecido, o mercado esse ano deve crescer 20%. E eu prevejo, para 2011, um crescimento em torno de 10% a 15%, não tão forte, mas bastante significativo", analisa à IMPRENSA.

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