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sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Uma reflexão a respeito do planejamento DAS agências

Texto publicado no blog CHMKT

Vivemos planejando para as marcas, compreendendo o passado, encarando o posicionamento atual e avaliando tendências e comportamentos para alinhar futuro de marca com as expectativas dos consumidores. Enfim, muito mais que isso, somos responsáveis por entregar aos clientes aquilo que consideramos o posicionamento eficiente para atingir o objetivo da marca.

Mas, devemos agora buscar um novo cliente: as agências de publicidade. Quanto sua agência trabalhou seu posicionamento perante colaboradores e mercado, principalmente universitário – aonde mora o futuro das agências? Quanto sua agência foi capaz de reavaliar seu comportamento para melhor aderir os novos talentos? E, desculpem-me, mas não só de um excelente processo seletivo vive a capacidade de captar bons profissionais.

As agências de publicidade, acredito que por trabalharem com a mídia, acabam agregando características peculiares advindas desse relacionamento: encarar tua posição como um “mercado-estrela”, com seus próprios atores de Hollywood, um mundo particular, selecionando rigorosamente quem merece estar nele.

Não estou aqui para julgar seu posicionamento e olhá-lo de forma negativa, isso seria contra a profissão de planejamento, na qual atuo. Mas sim, pensar em como podemos alterar pequenas atitudes, estando mais receptivo ao mercado de trabalho.

Avaliando nosso passado, sabemos que era uma área glamourosa em que os grandes nomes pertenciam a classes sócias mais abastadas, assim como seus estudantes. A maioria dos universitários tinha condições de não receber nenhum salário em troca, pois contavam com apoio da família para investirem na profissão.

E hoje, quanto disso mudou? Ainda somos uma área com ares de estrela de cinema e ainda encaramos nossos profissionais como pertencentes a alta sociedade?Quanto devolvemos a nossos colaboradores, o valor de seu trabalho? Fidelizar não só clientes, mas colaboradores. Para isso, sabemos que não basta oferecer viagens de férias, reuniões descontraídas no final da tarde com direito a bebidas, pipocas e pizzas. Parece muito, mas não somos feitos só de estímulos, mas também de devolutivas.

È claro que,para um estudante de publicidade, estar em uma agencia de renome é uma grande honra, uma experiência incrível. Mas isso paga nossas contas, nossa satisfação profissional? Não. Oportunidade não é uma via de mão única, assim como para o estudante é gratificante estar em uma agência, sendo ele um potencial é uma grande aposta até para o futuro da agência. Eles são o novo mercado, eles representarão tua agência. E você quer criar novos profissionais, com a mesma visão e comportamento de um antigo posicionamento do mercado publicitário?

Acredito que o perfil dos nossos estudantes não é mais o mesmo. Estamos encarando uma nova leva de universitários representantes da Nova Classe Média brasileira e até estudantes que vieram de outros estados que buscam oportunidades no mercado e precisam se sustentar e precisam, ainda mais, de oportunidades.

A experiência que hoje exigem de um assistente não é compatível com as oportunidades que o mesmo teve. Quantas vezes sua agência abriu as portas para os esforçados, interessados em aprender, que ainda não possui experiência como troca? Isso é investimento futuro, abrir as portas significa investir em potenciais. Planejamento.

Acredito que as agências de publicidade devem se comportar menos como agências, mais como empresas. Manter as particularidades do mercado, mas não limitá-lo a isso.

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